Escolha bem...

Dia desses me peguei pensando na vida, mais especificamente no seu aproveitamento, Queria decidir o que seria do meu futuro ao sair do colégio. Analisei todas as opções, apliquei o processo de eliminação, joguei a moeda para cima, e ainda assim, terminei em dúvida. O que fazer? Escolher o caminho que me agrada ou o que me dá maiores rendimentos? É claro que como todo bom dilema, ambas as opções tinham seus lados positivos e negativos. Escolher o que me agrada vai me trazer uma vida mais saudavel, mas também pode estragar alguns laços familiares. Escolher o lucrativo, como o próprio nome já diz, ia me trazer boas condições financeiras, mas passaria o resto da vida fazendo uma coisa que não gosto. A pior parte de se tomar uma escolha como essa, é saber que ela será definitiva. Ela é que vai decidir o andamento do seu futuro, seus laços sociais e sua visão de mundo.
No ônibus para casa, onde vim pensando no que escrever, lembrei de um conto que li para um trabalho de literatura. O Espelho, de Machado de Assis. Segundo a obra, o homem possui duas almas, a interior e a exterior. A interior é seu lado pessoal, sua essência, o que determina desde que nasceu, como seriam suas motivações, emoções e razões. A exterior é a que a sociedade enxerga, o que você faz, veste e fala. Em O Espelho, o protagonista, antes uma pessoa comum, que gostava de apreciar a vida e sua beleza, ganha um cargo de alferes, um militar. As pessoas que viviam ao seu redor, começaram a conhecê-lo apenas como senhor alferes, e não mais como a pessoa que era. Aos poucos ele vai perdendo sua identidade interior e se entregando ao cargo, destinando a sua vida apenas para ser militar. O fim da história, bem que gostaria, mas não posso contar. Claro que indico, para quem interessar.
O que quis demonstrar foi: Ele acabou se tornando apenas  o Senhor Alferes.  Ele não tinha mais sua marca própria, sua identidade. O mesmo aconteceria se eu tomasse a opção lucrativa, não é o que gostaria de ser. Eu imagino como seria minha vida ao escolher viver assim, conversando com colegas de trabalhos, sobre coisas que não tenho o menor conhecimento ou gosto. Também me imagino como seria viver fazendo o que gosto, conhecendo pessoas com os mesmos interesses. No fim de tudo, acabei não me decidindo, ainda que eu já esteja seguindo por um caminho, mas acabei descobrindo outra coisa: Eu não devo ser o único que tenho ou tive este dilema. E você? Fez ou vai fazer a escolha certa?

Um comentário:

  1. Podemos fazer a escolha que a sociedade nos indica, mas no meio do caminho podemos enxergar o outro lado disso tudo. Podemos ver que, até mesmo o ruim, tem seu lado bom. No trabalho que tu, supostamente não gosta, tu pode encontrar alguém que esteja lá pelos mesmos motivos que tu. A partir daí, tu cria um vínculo com um ser que pode ter os mesmos interesses que tu em outros aspectos, que não os lucrativos.

    ResponderExcluir