O Circo


As bailarinas chegam
Os morcegos voam
O mestre de cerimônias adentra
E a platéia se senta

Mais um espetáculo da vida
Mais uma alma, acabada e perdida
O orador lê o discurso
Enquanto o médico avalia o pulso

A festa não pára e o cortejo continua
A ferida que não sara passa sangrando pela rua

Não há mais amor
Não há mais perdão
Não há mais virtude

Só existe rancor
Só existe solidão
Só existe a juventude

Nova geração que enterra a antiga
Cuide bem do futuro
Pois este lhe guarda
O mesmo destino
De tantas outras
Que por aqui passaram

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