O Mal da Vida

A - Você jura?

E - Claro, eu nunca faria isso contigo.

A - Certeza?

E - Claro né! Te amo mais que tudo no mundo, só espero que você saiba disso.

A - Ai! Melhor agora...

Pouco mais de mês depois...

A - Queria falar com você.

E - Pois fale então

A - Só quero que entenda que não é você. Sou eu...

E - Ah não!

A - Ah sim. Não posso mais continuar com isso

E - É sempre assim. Vocês atiçam, seduzem, brincam e jogam fora...

A - Pára! Tu sabes que não é assim...

E - Ah não!? Então me diz o que tu tá fazendo agora?

A - Solucionando o nosso problema.

E - Que estranho, até ontem a gente não tinha problema nenhum... Quer dizer, a gente não né? Eu...

A - Viu? Tudo que acontece pra ti, tu tem que ser o ator principal... A vida não gira ao teu redor...

E - Verdade. Reconheço isso. Mas isso não muda o fato do que tu estás prestes a fazer.

A - Tu não tens idéia de como eu tenho me sentido...

E - Posso imaginar...

A - Oi?

E - Tchau!

A - Grosso!

E - Posso ser grosso, mas tenho valores éticos e morais...

A - O que tu quer dizer com isso?

E - Nada! Fala logo o que tu querias dizer...

A - Eu acho que a gente não tem mais aquela química de antes, que nos unia tanto... Acho que não vai mais dar certo e queria parar por aqui...

E - Beleza, a porta é ali... Vai com deus...

A - Precisa ser assim?

E -  O que? Quer uma cena de romance dramático? Que eu me ajoelhe e chore e você saia por aquela porta, pegue o primeiro táxi que encontrar e que eu me jogue na frente?

A - Não precisa ser tão extremo

E - Preciso. A vida não é um moranguinho, um filme, um conto de fadas... Aprenda e aceite isso...

A - Eu sei disso

E - Melhor, então tu sabes também a hora de parar, certo?

A - Como?

E - Não se faz de tonta! Pega tuas malas e vai!

No dia seguinte...

P - A senhorita o conhecia?

A - Sim, mas como assim? Conhecia?

P - Desculpa senhorita, pensei você já tinha sido informada do incidente

A - Ah não!!

P - Meus pêsames...